O último comercial da Apple mirou no céu… mas errou o tiro. Ao invés de criar barulho pela qualidade do produto – o mais fino e mais potente da série desde a sua criação, em 2010 -, ela enfureceu os artistas e criadores culturais, que são uma parte importante dos clientes da marca. Após a repercussão negativa nas redes sociais, Tor Myhren, vice-presidente de marketing da Apple, disse que a mensagem do anúncio “errou o alvo” e virou notícia em veículos de comunicação como The Verge, Variety e Reuters.
Neste artigo você vai entender qual era a proposta do comercial Crush!, quais foram as críticas levantadas, onde a Apple errou, o que ela poderia ter feito para evitar isso e uma sacada genial que conseguiu transformar essa história.
O que você encontra aqui:
- O comercial em que a Apple achou bonito destruir artes
- Quais foram as críticas ao comercial do iPad da Apple?
- Onde a Apple errou
- O que ela poderia ter feito para evitar isso
- Seth Godin transformou o comercial da Apple
- Lição: Conhecer o cliente é mais importante que criatividade
O comercial da Apple que achou bonito destruir artes
O comercial, de nome Crush!, é um vídeo de pouco mais de um minuto. Nele, vemos uma sala em que uma prensa hidráulica gigante esmaga instrumentos musicais, uma televisão, um videogame do tipo arcade, um toca-discos, uma escultura, uma pintura, computadores, livros, esboços e latas de tinta – com um arco-íris de cores se derramando sobre um piano enquanto tudo isso desaparece… para dar lugar a um iPad.
A intenção do comercial era dizer que o novo iPad é tão potente que consegue reunir todas as formas de criação artística dentro do aparelho, substituindo os meios tradicionais de criação de arte e também permitindo a sua apreciação em um dispositivo extremamente fino e portátil.
Quais foram as críticas ao comercial da Apple, ‘Crush!’ do iPad Pro?
A forma como o vídeo foi executado fez com que a intenção da Apple fosse mal interpretada, passando a mensagem de que a tecnologia pode substituir completamente a arte tradicional. Na prática, o que os artistas enxergaram foi a Apple “esmagando a arte”. Não é de se admirar que o vídeo tenha causado revolta, crítica e mal-estar.
Em sua página na rede social X (antigo Twitter), o ator Hugh Grant disse que a Apple “destruiu a experiência humana” no comercial, algo que, em sua visão, seria uma postura já esperada das empresas do Vale do Silício.
The destruction of the human experience. Courtesy of Silicon Valley. https://t.co/273XB3CfnF
— Hugh Grant (@HackedOffHugh) May 8, 2024
O post de Tim Cook também conta com quase 20 mil comentários até o momento, muitos deles negativos.
Meet the new iPad Pro: the thinnest product we’ve ever created, the most advanced display we’ve ever produced, with the incredible power of the M4 chip. Just imagine all the things it’ll be used to create. pic.twitter.com/6PeGXNoKgG
— Tim Cook (@tim_cook) May 7, 2024
Desconectada das questões que tem sido levantadas nos últimos anos, a Apple enfatizou o poder da sua tecnologia de substituir criações analógicas em um período em que profissionais, artistas e especialistas temem o avanço da Inteligência Artificial e a sua capacidade de substituir a criatividade humana.
Qual foi o grande erro da Apple?
Não saber que uma parcela dos seus clientes são profissionais criativos, artistas, pessoas que valorizam tanto a tecnologia de ponta, como são os produtos da Apple, quanto as artes clássicas como a música, a pintura, o teatro e a escultura. E pior: esses clientes da classe artística também são alguns de seus clientes mais influentes, o que poderia causar grande repercussão – positiva ou negativamente.
Como a Apple poderia ter evitado esse erro?
Com uma pesquisa e mapeamento capaz de identificar os diferentes segmentos de clientes da sua marca. Através dessas ferramentas, a empresa conheceria como cada segmento pensa e age – e poderia prever, com uma boa margem de erro, a repercussão do posicionamento que adotou no comercial Crush!
Outra forma de evitar as críticas seria colocar em prática metodologias como a de grupos focais, que reúnem consumidores para opinar sobre produtos ou serviços antes de eles irem ao mercado. Ou seja: antes de investir milhões de dólares na divulgação do comercial do iPad, a Apple poderia ter testado se o conceito daria certo.
Seth Godin transformou o comercial do iPad Pro da Apple
E que tal uma mudança de perspectiva? Foi isso que propôs o autor de livros de negócios e orador americano, Seth Godin, em uma sacada genial.
Em seu canal no Youtube de Seth Godin, há uma nova versão do comercial da Apple. Neste remake, Seth mostra o comercial de trás para frente. Assim, ao invés de destruir universo artístico, a Apple uniria-se a ele, se tornando mais um instrumento fundamental em sua vida.
No blog Seth Godin, ele adicionou que “criatividade é sobre esperança e possibilidade. Ela nos dá a chance de melhorar as coisas. (…) Nós podemos utilizar as ferramentas ou ser utilizados por elas. As organizações podem fazer coisas a nós, ou para nós e conosco. Nós podemos fazer alguma coisa. Juntos”.
Lição: Conhecer o cliente é mais importante do que criatividade
É… Até as empresas mais sólidas e estabelecidas do mundo podem cometer erros básicos que comprometem posicionamento de marca. A lição de hoje ficou clara: não adianta apostar todas as fichas na criatividade. Desde os conteúdos para as redes sociais até as propagandas na televisão devem ser criadas tendo a persona do seu cliente em mente.
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