twitter é comprado por elon musk

Elon Musk comprou no dia 25 de abril a rede social Twitter por US$44 bilhões. Musk afirma que seu principal objetivo com a compra do Twitter é torná-lo uma “arena livre de discurso”. A polêmica que vem se apresentando é: até que ponto essa liberdade de expressão sem vigilância abre portas para discursos de ódio e propagação de fake news (notícias falsas)?

Musk é conhecido por seu comportamento excêntrico e costuma aparecer na mídia por algum motivo polêmico, pois, na rede social, o bilionário constantemente faz posts ofensivos e polêmicos. Ele responde na justiça por difamação por causa de alguns dos tuítes feitos pelo empresário. Aliás, também recebeu queixas de funcionários alegando que a empresa Tesla, nos Estados Unidos da América, possui uma cultura de assédio sexual. Além disso Elon Musk está sendo investigado devido a comentários feitos sobre a bolsa de valores. Entre outros….

Leia quem é Elon Musk na ficha técnica que preparemos para você.

A aquisição do Twitter por Musk acende um sinal de alerta, pois, e o empresário reduzir a moderação de conteúdos para aumentar a “liberdade de expressão” dos usuários, poderá haver o compartilhamento massivo de conteúdos impróprios ou sensíveis.

Twitter ficou à venda por 8 anos

Inicialmente chamado de ‘Twttr’, a rede social foi criada em março de 2006 por Jack Dorsey, Evan Williams, Biz Stone e Noah Glass, e lançou nos EUA em julho do mesmo ano. 

Em 7 de novembro de 2013 a plataforma entrou na Bolsa de Nova York e todas as 70 milhões de ações colocadas no mercado foram vendidas.

A rede social ficou por 8 anos na bolsa, até ser adquirida pelo bilionário Elon Musk.

Quem é Elon Musk, o bilionário que comprou o Twitter.

ficha técnica: Elon Reeve Musk é um empreendedor e filantropo sul-africano-canadense, naturalizado norte-americano. Ele é o fundador, diretor executivo e diretor técnico da SpaceX; CEO da Tesla, Inc.; vice-presidente da OpenAI, fundador e CEO da Neuralink; co-fundador e presidente da SolarCity. 
Fonte: Wikipédia 07/05/2022.
Quem é Elon Musk? Confira a ficha técnica que pegamos do Wikipédia para você!

Elon Musk, bacharel em física e economia, fundador da empresa de exploração espacial SpaceX e dono da Tesla, é atualmente o homem mais rico do mundo. Segundo a revista americana Forbes,  Musk conta com um patrimônio líquido de US$239,2 bilhões de dólares.

Em 2002 Musk fundou a empresa de exploração SpaceX, empresa que faz missões para a Nasa, e também viagens privadas. Em 2021 a empresa fez a primeira viagem privada e levou 4 turistas a passarem 3 dias no espaço.

Musk também é fundador da Starlink, empresa de internet via satélite. A empresa recebeu em 28 de janeiro de 2022, autorização da Anatel e pode começar a oferecer os serviços no Brasil.

Em 2003 Musk fundou a empresa automotiva e de armazenamento de energia norte-americana, a Tesla. A empresa desenvolve, produz e vende automóveis elétricos de alto desempenho, componentes para motores e transmissões para veículos elétricos e produtos à base de baterias.

Além disso, Musk investe em energia solar e em um projeto de viagem de longa distância ultra rápida por meio de túneis, chamado “hyperloop”.

Empreendimentos Elon Musk: viagens ao espaço, rede de internet global, viagens de longa distância hiper rápidas, carros elétricos, entre outros.

Contudo, Elon Musk é mais conhecido por seu comportamento excêntrico e costuma aparecer na mídia por algum motivo polêmico, principalmente quando publica no Twitter.

Polêmicas do Elon Musk

Musk costuma aparecer bastante na mídia por causa de seus comportamentos excêntricos. Anteriormente, ele usou seu perfil no Twitter para anunciar uma possível venda de ações da Tesla, caso os usuários da rede aprovassem a mudança. A votação resultou 57,9% a favor e Musk vendeu 10% das ações. Entretanto, a sua atitude não agradou os acionistas da empresa. 

Em 2018 ele anunciou no Twitter que tinha o valor suficiente para transformar a Tesla em uma empresa de capital fechado, desse modo, fez com que as ações na bolsa disparassem. Mas a SEC – reguladora do mercado americano – exigiu a renúncia de Musk da presidência do conselho de administração da Tesla e que além disso, pagasse uma multa de US$20 milhões e que todos seus tuítes que envolvessem a os negócios da Tesla fossem aprovados por um advogado. Isso ocorreu pois a reguladora afirmou que Musk não apresentou nenhuma prova a fim de comprovar de que seu comentário era verídico.

Outra ocasião em que Musk usou seu perfil na rede social e que causou uma certa movimentação foi quando ele ofereceu um submarino da SpaceX para ajudar no resgate de 12 meninos presos em uma caverna na Tailândia. Os mergulhadores negaram a ajuda e um deles ainda afirmou que o submarino não tinha capacidade para funcionar. Ou seja, era apenas um golpe publicitário. Musk ficou irritado e fez um tuíte dizendo que faria uma demonstração para provar que o submarino funcionava e ainda insultou o mergulhador, mas pouco depois deletou a publicação e se desculpou.

As polêmicas não param no Twitter

O bilionário também se envolveu em uma polêmica ao fumar um cigarro de maconha em uma entrevista a um programa de podcast que estava sendo transmitido ao vivo pelo Youtube. O programa estava sendo transmitido no Canadá, onde a maconha é legalizada. Porém, como a sua empresa, SpaceX, possui contratos com a Nasa, que é muito rígida em sua política antidrogas, a SpaceX precisou passar por uma análise do ambiente de trabalho com a finalidade de garantir que os funcionários estavam seguindo as regras acordadas.

A análise teve um custo de US$5 milhões de dólares. No entanto, quem pagou a conta foram os contribuintes norte-americanos, visto que a análise foi paga pela Nasa. Entretanto, a Nasa realizou a mesma análise em outras prestadoras de serviço, porém os custos foram arcados pelas próprias empresas. Ou seja, a Nasa não precisou desembolsar nada. Por consequência, gerou certa dúvida em uma parte da população americana.


Por que Elon Musk comprou o Twitter?

Nos últimos dias Elon Musk sinalizava possíveis mudanças na rede social e compartilhava enquetes com seus seguidores para saber se eles aprovam ou não as possíveis mudanças. Os principais pontos levantados por Musk e que o levaram a compra do Twitter foram a liberdade de expressão dos usuários, a abertura do código do Twitter e a moderação de conteúdo.

Liberdade de Expressão

De acordo com Musk, a aquisição da rede social está relacionada com a criação de uma plataforma que seja uma “arena livre de discurso”. Anteriormente, o empresário fez um tuíte onde questionava aos seus seguidores se o Twitter está fazendo o suficiente para proteger a liberdade de expressão de seus usuários. Como resultado de sua enquete, 70,4% dos entrevistados responderam que “não”, a plataforma não estava fazendo o suficiente.

Código Aberto

Contudo, outro motivo para a aquisição da plataforma por Musk seria o algoritmo de código aberto. Em seu perfil Musk disse estar preocupado com o algoritmo do Twitter ter um grande efeito no discurso público, e por isso fez um tuíte com uma enquete sobre se o algoritmo deve ou não ser aberto. Dessa forma, 82,7% responderam que sim.

Ele afirma que o método de código aberto seria melhor do que ter tuítes sendo promovidos e rebaixados misteriosamente, sem nenhuma percepção do que está acontecendo.

Moderação de Conteúdo

Além disso, Musk acha que a rede social não deve regular o conteúdo além do que é exigido pelas leis de cada país em que opera. Pois, para ele, a plataforma é um lugar essencial para compartilhar pontos de vista onde devem ser promovidos discursos livres e abertos.


Foto: reprodução

Estamos em perigo com a compra do Twitter por Elon Musk?

Atualmente o Twitter conta com uma política de moderação de conteúdo que permite aos usuários denunciarem perfis e conteúdos que contenham violência, conteúdo sexual, comportamento abusivo e fake news (notícias falsas). Se Musk reduzir essa moderação, por consequência, os usuários que foram anteriormente banidos da plataforma poderão ter suas contas reativadas. Com isso, há um grande risco de que a disseminação de ódio e desinformação no Twitter aumente dramaticamente.

Por um lado, incendiar o Twitter com polêmicas pode tornar a rede social até mais atraente e deixar os usuários mais conectados. Contudo, os direitos civis e a própria democracia se vê ameaçada.

Onde a Liberdade de Expressão sem vigilância prejudica democracia

A liberdade de expressão é essencial, sem dúvida. A questão é quando o ódio e a desinformação passam a ser a expressão dos usuários (ou de organizações) mal intencionados. Leia sobre o caso Cambridge Analytica. Em ano de eleições, principalmente, a propagação de notícias falsas passa a ser uma estratégia para vencer nas urnas. Já é difícil tomar boas decisões com as informações certas, imagina com toneladas de notícias falsas misturadas com as notícias oficiais?!

“Estudo produzido por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) a respeito das notícias distribuídas pelo Twitter entre 2006 e 2017 mostrou que notícias falsas têm 70% mais chances de serem retuitadas do que notícias verdadeiras.”

The spread of true and false news online. Soroush Vosoughi, Deb Roy, and Sinan Aral. MIT Initiative on the Digital Economy. 2018. Disponível aqui. Acesso em: 9 jun. 2019.

Leia também o artigo ‘Fake news, Desinformação e Liberdade de Expressão‘ de José Antonio Dias Toffoli, que explica exatamente o que é desinformação, o que é abuso do direito de liberdade de expressão e debate com propriedade o problema.

Fake News e Desinformação ameaçam à democracia. Foto: Getty Images

A preocupação que nos ataca é confusão entre ‘é democrático os usuários decidirem’ versus ‘cumprir a lei’ versus ‘eu sou o dono, eu decido’.

Usuários do Twitter já se posicionaram em relação a compra da rede social pelo bilionário. As opiniões são bem divididas, enquanto parte dos usuários defende o direito de se expressar livremente, outros, no entanto, defendem a moderação de conteúdo e garantem que caso ele seja reduzido a plataforma se tornará ainda mais tóxica. 

A Mastodon, rede social similar ao Twitter, apresentou um crescimento considerável de novos usuários após o anúncio de que Musk teria comprado o Twitter. O número de novos usuários já vinha crescendo desde que o bilionário adquiriu um percentual de ações. Caso Musk realize todas as alterações que deseja na plataforma, muitos outros usuários poderão migrar para outra rede social.

Outro motivo que coloca o usuário em perigo seria a abertura do algoritmo do Twitter, pois isso poderia fornecer uma abertura para cibercriminosos, violar a privacidade dos usuários. Além, é claro, das informações que existem por trás de códigos serem públicas para que qualquer pessoa ou empresa possa copiar e usar como bem entender.


Histórico da compra do Twitter por Elon Musk

Através de um documento regulatório divulgado no dia 04 de abril, foi anunciado que Elon Musk, dono das empresas Tesla e SpaceX, havia adquirido no dia 14 de março uma participação acionária de 9,2% do Twitter. 

O CEO da rede social, Parag Agrawal, anunciou um dia após a divulgação do documento que Musk iria se juntar ao conselho de administração do Twitter, porém o empresário já estava com outros planos em mente. Ele não se juntou ao conselho, todavia, fez uma oferta para comprar todas as ações da plataforma que não estavam em sua posse. 

A proposta feita por Musk no dia 14 de abril fez com que a rede social acionasse um mecanismo chamado de proteção para acionistas minoritários de empresas de capital aberto, as poison pill, que servem para alertar os sócios e fazer com que eles dificultem ou até mesmo impeçam uma possível aquisição de ações.

Foram 9 dias desde que as poison pills foram acionadas até que o conselho de administração do Twitter se reunisse para discutir sobre a proposta feita pelo empresário, chegando a um acordo no dia 25, onde foi noticiado que a venda da rede social foi feita para Elon Musk pelo valor de US$44 bilhões. Com isso o Twitter deixará de ter ações negociadas na bolsa de valores e passará a ser uma companhia de capital fechado.

E agora?

Ainda de acordo com o Twitter, a transação ainda precisa ser aprovada pelos acionistas e pelos órgãos regulatórios. E, segundo um contrato divulgado pela própria plataforma, o negócio deve ser fechado até o dia 24 de outubro, tendo a possibilidade de estender o prazo por até 6 meses, caso seja necessário. Porém o acordo ainda pode ser desfeito caso os prazos não sejam cumpridos.


Este artigo é de autoria de Amanda Gabriele de Souza e coautoria de Rafaela Pereira Sanzi

Written by

Amanda Gabriele de Souza

Ao longo dos anos morei em várias cidades, sempre conhecendo pessoas e culturas diferentes. Minha história é repleta de mudanças, e no final de 2020 ela mudou mais uma vez. Troquei a radiologia pela administração e não poderia ter feito escolha mais certeira.
Essa nova fase está sendo repleta de conhecimentos, de oportunidades para conhecer culturas e pessoas novas e, o principal, de poder trabalhar em uma empresa 100% digital que me motiva a cada dia aprender e me destacar mais.